Turismo Titulo Levantamento
Brasileiras fazem das viagens um ato de liberdade e coragem

Pesquisa recente da Think Olga mostra que viajar é o principal sonho feminino — e, cada vez mais, símbolo de autonomia, cura e resistência

Natasha Werneck
01/07/2025 | 17:25
Compartilhar notícia
FOTO: Divulgação
FOTO: Divulgação Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


Explorar o mundo é muito mais do que conhecer paisagens para muitas mulheres brasileiras: é um grito de liberdade. Pesquisa recente da Think Olga mostra que viajar é o principal sonho feminino — e, cada vez mais, símbolo de autonomia, cura e resistência.

LEIA MAIS: Guia de viagem segura para mulheres será lançado pelo MTur e Unesco

Para Maíra Liguori, presidente da ONG, o passaporte virou muito mais do que um documento. “Quando essa mulher embarca, ela se afasta das pressões que encolhem seus sonhos e encontra novas versões de si mesma”, afirma.

Apesar de desafios como desigualdade salarial, jornadas duplas e insegurança, mulheres escolhem seguir em movimento. Viajam sozinhas, em grupos ou com filhos — e cada quilômetro rodado representa uma quebra de padrão.

Viver para contar histórias

A terapeuta energética Cinthia Rian Arena é exemplo vivo dessa força. Deixou para trás uma vida que não cabia mais nela e transformou 40 países visitados em lições de autoconhecimento, reunidas no livro Cinthilando pelo Mundo: A Vida que Eu Escolhi.

A mudança começou na Escócia — e dali em diante, o mundo virou casa. “Se Deus me quisesse parada num único lugar, ele teria me feito árvore”, escreve Cinthia em um dos trechos mais marcantes.

Para ela, cada pouso e decolagem é mais que turismo. É libertação. “Explorar o mundo sozinha é coragem pura. Requer abrir mão de certezas, planejar, enfrentar medos. É um convite para viver a vida por outro ângulo”, diz.

Quando sonhar é resistência

A história de Juliana Marins, publicitária de Niterói, ecoa essa mesma busca por intensidade. Em 2024, Juliana partiu para a Ásia em um mochilão — Filipinas, Tailândia, Vietnã. Na Indonésia, durante uma trilha no Monte Rinjani, sofreu um acidente fatal. Tinha 26 anos.

Mesmo interrompida, sua jornada inspira. Amigos lembram que viver viajando era seu maior sonho — e ela realizou. Em uma de suas últimas mensagens, Juliana escreveu: “Terminei a ligação com um sorrisão no rosto, rindo das bobeiras dos meus pais e com uma paz no coração por ter vindo ao mundo nessa família.”

A tragédia expôs falhas de segurança em roteiros turísticos, mas também deixou uma mensagem potente: é preciso garantir que toda mulher possa sonhar — e voltar para casa.

LEIA MAIS: Veja 10 opções de destinos turísticos para mulheres que viajam sozinhas

A vida não espera

“Cada viagem é um ato de escolha. Nós não carregamos só malas — levamos coragem, expectativas e o desejo profundo de viver”, lembra Cinthia. “A história da Juliana nos acorda para isso. A vida não espera.”

Juliana gostava de repetir um provérbio que agora ecoa ainda mais alto: “Ame a vida que você vive. Viva a vida que você ama.”

Para as mulheres que seguem em movimento, o mundo é mais do que destino — é rota de reencontro consigo mesmas. E cada carimbo no passaporte é uma lembrança: ser livre também é um destino possível.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;