Automóveis Titulo Regularização
Comitê elabora norma para uso de veículo elétrico em condomínio

Grupo reúne fabricantes, representantes da construção e dos bombeiros; debate começou há 16 meses e minuta foi apresentada na última semana

Nilton Valentim
29/06/2025 | 08:31
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FOTO: Celso Luiz/DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra width=


Com a intenção de regularizar a utilização de automóveis elétricos em condomínios, colocando fim a mitos que foram criados e difundidos – sobretudo quanto a incêndios que colocariam em risco a vida dos moradores –, representantes do setor da construção civil, dos fabricantes e do Corpo de Bombeiros trabalham há 16 meses na elaboração de uma norma, que inicialmente contemplaria o Estado de São Paulo, mas que poderá ser seguida em todo o País. Uma minuta do documento foi concluída e apresentada a comandantes dos bombeiros dos 27 Estados na última semana, em Cuiabá.

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O Comitê de Estudos da Consulta Pública do Corpo de Bombeiros Para Segurança em Estações de Carregamento de Veículos Eletrificados em Garagens promoveu estudos e testes práticos – com a queima de veículos em espaços controlados – e consultou leis de outros países. Além disso, construiu um laboratório que simula uma garagem no subsolo de um prédio na Escola Superior de Bombeiros, em Franco da Rocha, na Região Metropolitana.

Segundo Milton Bigucci Junior, engenheiro civil, diretor técnico da Construtora Mbigucci e representante da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) no comitê, o documento produzido estipula medidas a serem tomadas em prédios novos e também para os que já estão ocupados. 

Nos edifícios novos, os construtores deverão instalar chuveiros automáticos, também conhecidos por sprinklers, alarme de incêndio e detecção de fumaça. Nos que já estão sendo utilizados, a instalação de carregadores terá de ser acompanhada por engenheiro responsável. O imóvel precisará ter alarme de incêndio e dois pontos de desligamento automático do sistema.

Segundo Bigucci Junior, durante os testes práticos alguns mitos caíram por terra, um deles diz respeito à temperatura que carro elétrico atinge em caso de incêndio, que poderia até derreter o concreto. “Dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) – que também integra o comitê – mostram que a temperatura pico (do carro elétrico) é igual à de um carro a combustão. Embora ocorram em momentos diferentes”, aponta. “Pode até danificar o concreto, mas só se o fogo durar por muito tempo”, complementa.

Também foi desmentida a fala de que seria necessário mais água para apagar incêndio nos veículos elétricos. “Foi verificado que com menor quantidade de água se controla o fogo. O tempo de queima é menor”, aponta.

Bigucci destaca que todos os testes foram feitos com automóveis e não outros tipos de veículos movidos à eletricidade, como motocicletas, bicicletas ou patinetes.

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MERCADO

Elaborar uma norma para utilização de veículos em condomínios se torna necessária em razão do crescimento do mercado de carros movidos a eletricidade.

Dados da ABVE mostram que o Brasil tem uma frota de 413.279 veículos eletrificados. Em junho de 2022 eram apenas 3.387.

Nos cinco primeiros meses deste ano foram vendidas 71.324 unidades. O que representa aumento de 19,5% frente ao mesmo período de 2024 (59.669).




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