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Enel, uma vergonha
Do Diário do Grande ABC
02/07/2025 | 09:31
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É inadmissível e sem justificativa plausível o atraso de 13 meses da Enel para realizar o aterramento da rede elétrica nas imediações da Avenida dos Estados, em Santo André, serviço necessário para a implementação da passarela que ligará o campus da UFABC à unidade Tamanduatehy da Universidade Federal do ABC e, futuramente, ao Grand Plaza Shopping. A instituição de ensino superior, que representa um dos mais relevantes centros de ensino de qualidade da região, fez sua parte. Em outubro de 2023, repassou à concessionária o valor de R$ 1,5 milhão, com recursos do Tesouro Nacional, para que o serviço fosse executado. O contrato previa a entrega da obra em 210 dias. O prazo de sete meses venceu em maio de 2024. No entanto, até hoje nada foi feito.

O descaso se torna ainda mais grave quando se considera que a verba já foi liberada e o cronograma definido em comum acordo. Não se trata de um impasse burocrático nem de indefinição sobre o traçado da intervenção. Trata-se de uma obrigação contratual paga com dinheiro público e que não saiu do papel. Em qualquer esfera, esse comportamento exigiria apuração. A gigante italiana Enel, como concessionária de um serviço essencial, deve explicações à sociedade brasileira. Qual a razão de tanta demora? O silêncio da empresa diante da cobrança legítima da comunidade acadêmica e da população em geral não condiz com o papel que se espera de quem explora contrato público. O mínimo esperado seria transparência e cumprimento de prazos previamente estipulados.

Diante da reiterada má qualidade na prestação de serviços da Enel em diversos municípios do Estado de São Paulo, inclusive nas sete cidades do Grande ABC, torna-se necessário que autoridades responsáveis pela regulação e fiscalização do setor avaliem com seriedade a atuação da empresa. Há diversos pedidos de cassação da concessão já encaminhados. Mais este episódio, envolvendo recurso público e impacto direto na mobilidade de estudantes e trabalhadores, só reforça a necessidade de investigação rigorosa. Não é razoável que um projeto de interesse coletivo, já financiado, permaneça paralisado por omissão de uma prestadora de serviço que sequer presta contas à sociedade. Já é passada a hora de a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) pôr ordem na casa.

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