Diarinho Titulo Treinos e sonhos
Supercampeões da região mostram que o esporte também é coisa de criança

Entre treinos e sonhos, Gabriel, Rafael e Victoria são exemplos de que não há idade para praticar qualquer modalidade

Fabio Junior
22/06/2025 | 07:00
Compartilhar notícia
FOTO: Claudinei Plaza/DGABC


Três jovens atletas do Grande ABC têm ganhado destaque em seus esportes prediletos: Gabriel Bastida, no jiu-jítsu; Rafael Suguimoto, no tênis de mesa; e Victoria Maria, no judô. Com muita dedicação, alegria e inspirando outras crianças, eles mostram que o esporte é uma porta aberta para o futuro, mesmo quando a jornada começa ainda na infância. 

Apesar da agenda cheia com treinos e competições, o trio encontra tempo para brincar, estudar e estar com a família. Os pais são os maiores incentivadores, acompanhando de perto cada passo. 

Com cerca de 300 lutas na carreira e nenhuma derrota, o tricampeão europeu e tetracampeão brasileiro Gabriel Bastida é um prodígio do jiu-jítsu mundial com apenas 10 anos de idade. 

Natural de Santo André, ele ingressou na modalidade com apenas 3 anos e, desde então, nunca mais parou. Com o sonho de ser campeão mundial, Bastida revela gostar muito do seu estilo de vida e de treinar bastante. 

“É um esporte maravilhoso. Você faz muitos amigos, gosto muito do meu estilo de vida”, comentou. 

Já Rafael Suguimoto iniciou a carreira no tênis de mesa aos 7 anos, em Bertioga, antes de se mudar para São Caetano. O atleta é uma das principais sensações mirins da modalidade no Brasil. Aos 9, leva o nome da cidade da região a diversos continentes e busca fazer história. 

Tricampeão brasileiro, octocampeão paulista e primeiro colocado no ranking nacional, ele diz que sua grande inspiração é Hugo Calderano, também ligado a São Caetano, e que um dos seus principais objetivos é conquistar uma medalha olímpica.

“Gosto muito de tênis de mesa porque precisa pensar bastante e se concentrar. Quando fico nervoso durante uma partida, respiro bastante para me acalmar.” afirmou ele. 

De volta aos tatames, Victoria Maria demonstra suas habilidades no judô desde os 9 anos. Mauaense de nascimento, mas residente em Ribeirão Pires durante quase todos os 13 anos de vida, ela já foi campeã em torneios na Bahia, Paraná e Santa Catarina, campeã paulista sub-13 e vice-campeã brasileira. Soma 26 medalhas oficiais em toda a carreira, possui metas bem definidas e visa chegar à sonhada faixa preta, impressionando pela determinação.

“Um dos meus objetivos é disputar uma Olimpíada e um mundial, além de repassar o que sei para as próximas gerações do esporte”, disse Victoria.

A sua inspiração é a judoca Rafaela Silva, por causa de sua trajetória no esporte, passando por dificuldades até chegar ao tão sonhado ouro nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

Esses pequenos esportistas da região provam que, com paixão e força de vontade, os grandes desejos podem se tornar realidade. 

Psicóloga cobra atenção ao impacto emocional nos pequenos esportistas

Por trás de uniformes e medalhas, cresce uma preocupação sobre a pressão precoce vivida por crianças no ambiente competitivo. Cobranças excessivas, treinamentos intensos e expectativas familiares são alguns fatores que acabam ultrapassando os limites, causando ansiedade, frustrações, depressão e abandono do esporte.

Em entrevista ao Diário, Alexandra Melo, 53 anos, psicóloga especializada na área esportiva, explica que atletas mirins ainda não têm repertório emocional para lídar com tantas cobranças externas. “Imagina tudo isso acontecendo na cabecinha de uma criança que ainda está em formação? A gente precisa respeitar que todo momento de vida dessa criança ainda está em desenvolvimento”, comenta.

Ela destaca ainda a importância da família como base de apoio e equilíbrio emocional para os pequenos competidores. Segundo Alexandra, os pais devem atuar como aliados.“Os pais servem como complemento na saúde mental dos filhos, principalmente no papel de acolhimento e compreensão. Eles precisam observar se os seus filhos estão felizes com o que estão fazendo”, diz.

A profissional afirma que, mesmo com a rotina agitada, as crianças precisam continuar vivendo experiências da idade, como brincar, desenhar, passear e estudar. Preservar a infância é, na visão dela, essencial para o equilíbrio. “A principal estratégia seria não esquecerem da infância. Eles atletas não podem deixar de ser crianças. Não podemos pular essa etapa na vida, pois é essencial”, finaliza.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;