Tudo começou quando Musk, que já foi aliado de Trump, decidiu bater de frente com o projeto de lei orçamentário do republicano
A relação entre Donald Trump e Elon Musk implodiu — e a briga entre os dois homens mais ricos e influentes dos EUA virou espetáculo público, recheado de farpas, ameaças e bilhões em jogo.
Tudo começou quando Musk, que já foi aliado de Trump, decidiu bater de frente com o projeto de lei orçamentário do republicano, chamando-o de “aberração repugnante”. Em resposta, Trump não mediu palavras: “A forma mais fácil de economizar dinheiro é acabar com os subsídios de Elon. Sempre me perguntei por que Biden não fez isso!”, disse ele, deixando claro que pode fechar a torneira de contratos bilionários com a SpaceX.
Musk não ficou calado. Postou que o plano de Trump é um “presente para os ricos” que vai estourar o déficit público em “trilhões de dólares roubados do povo americano”. Ele ainda lembrou que bancou boa parte da eleição de Trump: “Sem mim, ele não teria sido eleito. Pura ingratidão”, disparou.
No mesmo dia, Trump rebateu: “Elon está chateado porque tiramos o crédito fiscal dos carros elétricos. Ele enlouqueceu!”, ironizou o ex-presidente em coletiva. Musk respondeu no X que isso é “uma mentira tão óbvia” e disse que “nunca viu esse projeto de lei”, aprovado às pressas.
A briga escalou a ponto de Musk apoiar abertamente a ideia de impeachment: “Sim”, respondeu a um seguidor que sugeriu tirar Trump da presidência. Já Trump voltou a ameaçar: “Talvez seja hora de abrir investigações sobre Elon. Quem sabe até deportá-lo?”, sugeriu, ecoando aliados como Steve Bannon.
Enquanto as farpas iam longe, Wall Street sentiu o baque: as ações da Tesla despencaram 14% em um único dia, evaporando US$ 27 bilhões do patrimônio de Musk. A moeda dogecoin, sempre promovida por ele, também tombou 9%. O Trump Media & Technology Group encolheu 8%.
Musk ainda cutucou o governo Trump com teorias da conspiração: sugeriu que a Casa Branca não divulga os arquivos do caso Epstein “porque Trump está lá dentro”. Irritado, Trump disse na ABC News que “não está interessado em conversar” com o bilionário, porque ele “perdeu a cabeça”.
Na madrugada de sexta, dia 6 de junho, Musk tentou baixar a temperatura, dizendo que não vai desligar a nave Dragon da SpaceX — uma ameaça que fez para pressionar Trump. A aliados, escreveu: “Bom conselho. Ok, não vamos desativar a Dragon.”.
Bill Ackman, bilionário aliado dos dois, sugeriu paz: “Vocês são mais fortes juntos!”, tuitou. Musk respondeu: “Você não está errado.” Mesmo assim, Trump segue irredutível.
Enquanto isso, o projeto bilionário que motivou a guerra segue travado no Senado. Se for aprovado, deve custar até US$ 4,2 trilhões e aumentar ainda mais a dívida americana. Para Musk, é um desastre: “Demita todo político que traiu o povo americano”, escreveu, convocando eleitores a pressionarem deputados.
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