Número de veículos na região subiu de 236.883 para 335.630; metade dos condutores não tem CNH, diz Senatran
Em nove anos, a frota de motocicletas cresceu 42% nas sete cidades. De acordo com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), em 2015 havia na região 236.883 motocicletas em circulação e, em 2024, 335.630. Neste ano, até junho, foi registrada uma frota com 342.755 motocicletas. A busca pela CNH (Carteira Nacional de Habilitação) na categoria A e AB, que permite conduzir motocicletas, não cresce no mesmo ritmo. Em 2015 foram emitidas 15.043 permissões e, no ano passado, 15.123.
Pesquisa da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) revelou que, no Brasil, cerca de 53,8% dos proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores não têm a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) na categoria A. Entretanto, vale ressaltar que a relação do número de CNHs com a quantidade de veículos de duas rodas não é diretamente proporcional, já que uma mesma pessoa pode adquirir mais de uma moto e passar para terceiros pilotar, assim como há habilitados sem motocicleta própria. Porém, especialistas confirmam que essa é realidade no trânsito, onde motociclistas dirigem sem permissão e prudência.
Neste domingo, 27 de julho, é comemorado o Dia do Motociclista com um alerta para o crescimento de acidentes com vítimas fatais envolvendo motos. De 2015 a 2024 o número de óbitos no trânsito com a participação do veículo cresceu 18% no Grande ABC, aumentando de 88 para 104, de acordo com o InfoSiga, monitoramento do governo estadual gerenciado pelo Detran-SP.
Um dado que chama ainda mais atenção é que a porcentagem da participação de motocicletas no total de mortes no trânsito das sete cidades subiu de 34% para 47%, ou seja, atualmente, metade das mortes envolve somente este tipo de locomoção.
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O CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária, Paulo Guimarães, diz que o aumento da frota veio acompanhado também de uma maior frequência de utilização de motocicletas por sua agilidade, inclusive por pessoas sem preparo. “Muitos adquiriram uma moto, mas não fizeram o processo de habilitação. É preciso haver maior rigorosidade, tanto na formação de condutores, quanto na fiscalização e punição para quem infringir regras e limites de velocidade, a fim de se reverter o quadro de violência”, avalia.
O comandante do 6° Batalhão da Polícia Militar de São Bernardo, tenente-coronel Fernando Carvalho Ricardo, destaca que a polícia tem aumentado a fiscalização de pessoas sem habilitação. “Precisa ter habilidade e competência para conduzir o veículo. Precisa seguir todas as regras. A moto não aceita erro, qualquer descuido vai gerar uma lesão maior ou até a perda da vida. Nem todos serão impactados por campanhas educativas. Então, também é necessário intensificar as fiscalizações de moto com objetivo de salvar vidas”, afirma.
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