Setecidades Titulo Memória

Biografia de um executivo. Que viveu ‘o outro lado’. E se transformou em historiador. O passado investigado. A migração. A vida entre São Paulo e o Grande ABC.

Milton Martins vive em Piraciacaba, mas não esquece toda uma história entre São Paulo, região e os meios de produção

Ademir Medici
16/08/2025 | 02:30
Compartilhar notícia
FOTO: Especial para Memória
FOTO: Especial para Memória Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


Semana São Caetano 2025 (Memória, em pouco mais de duas semanas) - Gostei demais das memórias de São Caetano. São lembranças de coisas que estão muito perto dos meus tempos felizes, digamos.

Milton Martins - Piracicaba (O MM do Grande ABC)

Perguntem aos sindicalistas veteranos do Grande ABC, os que colocaram a região no mapa universal, quem foi Milton Martins. E eles dirão o que dizem do saudoso Cézar Livio, o “Carioca” – outro baluarte: “Eles estavam do outro lado, mas sempre nos respeitaram; e nós a eles”.

Quando o historiador John French ensinou aqui no Diário que é importante ouvir “o outro lado” (os representantes patronais), logo lembramos do Milton Martins, que modestamente, na troca de mensagens, assina “MM”.

Se nos meios políticos de hoje e do passado as armadilhas são preparadas de um para o outro, disfarçadas com tapinhas nas costas, no meio sindical, principalmente entre as lideranças das bases, a ética persiste. Ou deveria existir como ocorre com o executivo que foi Milton Martins. Mesmo porque, como disse certa vez Vicentinho, quando ainda era sindicalista, “somos todos empregados”.

Milton Martins é desse time, e sua postura pode ser observada em seu texto, em suas crônicas, publicadas em vários veículos e que ilustrou, ao lado de outros idealistas, as saudosas revistas eletrônicas criadas e mantidas até a morte pelo queridíssimo Dílson de Oliveira Nunes da velha Utinga.

E QUE BIOGRAFIA...

Preâmbulo feito – ou “nariz de cera” na linguagem antiga da Imprensa – vamos ao lead: Milton Martins está lançando o seu terceiro livro, “Biografia de uma vida comum”. Maravilhoso.

Informa o autor: “O que posso dizer é que esse pequeno livro foi difícil demais de escrever porque, muito dele, não é ficção. Houve, porém incentivo de dois filhos meus que incentivaram como modo de revelar "serem como são".

De estilo todo seu, Milton Martins lembra que nos dois livros anteriores - "Joana d''Art" e "Tempos e Lembranças" - há textos igualmente biográficos, prevalecendo, no entanto, toda a criatividade do cronista, do romancista.

“Memória” está concluindo a leitura de “Biografia de uma vida comum”. E o próximo passo será reler as obras anteriores do autor, que já adianta a elaboração de um quarto livro.

“Sei o começo e o meio, mas não sei do fim, ainda”, informa o prezado “MM”.

CONTEÚDO

Os tópicos que seguem foram separados pelo próprio Milton Martins, focalizando o seu livro número 3:

Um livro de 187 páginas que conta a história de uma família a partir da abolição da escravatura.

A descoberta de São Paulo por um dos filhos de um casal que trabalha numa fazenda de café no interior do Estado. Ele se encanta pela cidade e se fixa na capital entre a Praça da Sé, a Mooca e a Lapa.

Seus descendentes, os desafios da família, o alcoolismo e a superação.

O livro se refere a eventos históricos da época e sua repercussão na vida daquelas pessoas ao longo do tempo, sendo vida comum, cenas simples do cotidiano.

Os eventos que resultaram em momentos amargos da família, mas sempre houve o perdão e o amor.

O último descendente, suas superações, a sua participação na transição sindical no ABC e sua preocupação ecológica.

O livro pode ser encontrado na plataforma do Amazon. E-mail do autor: [email protected]

TRECHO

Tempos felizes Wilton viveu na fábrica da Chrysler em Santo André. Fora transferido da matriz de São Bernardo, para essa fábrica como gerente de relações industriais. Nesse cargo ficou até serem vendidas as instalações para a Volkswagen.

Pelo encerramento das atividades pela chegada da Volkswagen, resolveu se demitir, dando-se, então, uma despedida patrocinada por todos os colegas, com festas e homenagens.

Foi nessa empresa que ele descobriu que tinha mais afinidade com aqueles empregados de baixa hierarquia, da produção. Deles, às vezes uma observação simples, era a solução de um problema, de um modo de agir.

Crédito da foto 1 – Especial para Memória

O AUTOR E SEUS TRÊS LIVROS. ‘Veja a foto se serve. Há quem recomende não estar de braços cruzados, mas acho que na maioria das vezes é posição de relaxamento. A carranca está revelando mais idade...’

NAS ONDAS DO RÁDIO

JK

Promessas cumpridas.

Sons recuperados.

O Grande ABC presente

Texto: Milton Parron

A partir deste final de semana, três programas revivendo o extraordinário projeto de um governante que prometeu durante a campanha eleitoral que realizaria em cinco anos obras que normalmente são realizadas em 50.  

O mais fantástico é que Juscelino Kubitschek de Oliveira não só foi eleito, conseguiu tomar posse, apesar dos golpistas e, pasmem!, cumpriu com todas as promessas, entre elas, a implantação da indústria automobilística com boa parte de suas raízes fincadas no solo do Grande ABC. 

Também construiu Brasília e para lá transferiu do Rio de Janeiro a capital federal do Brasil.  

Claro que o Brasil teve crescimento em muitas outras áreas e a conta não foi baixa, refletindo-se na taxa inflacionária e nas dívidas externas. E os governos que legam ao povo os mesmos desajustes financeiros sem nenhuma contrapartida, isso não conta? 

Ilustrado com muitas gravações de época, incluindo jingles de campanha, comícios, entrevistas, coberturas de inaugurações, o programa também dará destaque ao afastamento de JK da vida pública por imposição de dispositivos editados no período da ditadura militar de 64.

Também recordaremos o emocionante sepultamento do ex-presidente, vitimado num acidente de trânsito na via Dutra.

Memória - Produção e apresentação: Milton Parron. Rádio Bandeirantes em 86.3 e 90.9. Amanhã, às 7h; sexta-feira, às 23h. Disponível nas principais plataformas digitais, no Spotify e no Apple Podcast.

DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO

Sábado, 16 de agosto de 1975 – Edição 2826

MANCHETE – Comunistas aceitam acordos para acabar crise em Portugal.

RIBEIRÃO PIRES – Em homenagem à reconstrução da igreja de Nossa Senhora da Assunção, uma missa era celebrada. A igreja fora incendiada em fevereiro (de 1975) e reconstruída, num trabalho entre a Prefeitura e a família Zampol.

IMPRENSA – Câmara Municipal de São Bernardo ofertava a Medalha João Ramalho à Rádio Diário.

ESPORTES – Pelo torneio internacional de basquete feminino, no Ginásio Pedro Dell’Antonia, Pirelli 74, Colômbia 62; Fundação São Caetano 66, Villares São Bernardo 38.

EM 16 DE AGOSTO DE...

1960 – Criada a Comissão Intermunicipal de Controle da Poluição das Águas e do Ar, Cicpaa, sucessora da primitiva, aquela mais voltada ao Tamanduateí.b

1965 - PAI (Partido Acadêmico Idealizador) ganhava a eleição do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito de São Bernardo: Paulo Luiz de Souza eleito presidente.

1970 - Pela Primeira Divisão de Futebol Profissional, série B, a despedida do Corinthians de Santo André, com uma goleada sofrida em casa: 4 a 0 para o Nacional. Foram 13 derrotas e um único triunfo.

MUNICÍPIOS BRASILEIROS

No Estado de São Paulo, hoje é o aniversário de Santa Gertrudes, São Bento de Sapucaí, São Roque, Taquaritinga e Taquarituba.

Capital brasileira: Teresina, no Piauí.

Pelo Brasil: Apiacá (ES), Aracoiaba (CE), Cairu (BA), Itaobim (MG), Jaguari (RS) e Petrolância (SC).

HOJE

Dia do Filósofo

Dia do Rockabilly e Elvis Presley, em São Paulo, Capital, na data do falecimento do cantor: 16 de agosto de 1977.

Santo Estevão da Hungria

16 de agosto

Hungria (969 - 1039). Com o auxílio da rainha Gisela, fundou muitos mosteiros e espalhou inúmeras igrejas pelas dioceses que foram surgindo em seu país.

Divulgação: Canção Nova




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;