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Operação Inverno faz 8.700 abordagens à população de rua

Ações das prefeituras buscam garantir segurança desse grupo em baixas temperaturas; foram realizados 3.211 acolhimentos e doados 1.930 itens

15/08/2025 | 08:38
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FOTO: Divulgação Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


Durante o inverno, as prefeituras do Grande ABC realizam operações para acolher a população em situação de rua. Do fim de maio até o início desta semana, segunda-feira (11), foram realizadas 8.738 abordagens a pessoas nessas condições. No período, as equipes realizaram 3.211 notificações de acolhimento aos abrigos das sete cidades – esse número não representa a quantidade de indivíduos que aceitaram o abrigamento. 

Para aqueles que recusaram atendimento, as equipes distribuíram 1.930 itens de inverno, entre roupas e cobertores. O Grande ABC conta com 678 vagas em abrigos e 2.774 pessoas em situação de rua, segundo dados do mês de julho do Cecad (Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico).

As prefeituras lançaram as operações inverno entre o fim de maio e começo de junho, as quais devem continuar ativas até setembro. As equipes atuam nas ruas quando a temperatura é inferior a 15°C e os serviços de acolhimento funcionam como ‘porta aberta’, ou seja, o acolhido poderá ter abrigo sem a necessidade de cadastro prévio. 

Nesses locais, os abrigados têm acesso a espaço para pernoite, alimentação, banho quente, lavanderia, kits de higiene e acompanhamento técnico, que avalia cada situação e, sempre que possível, realiza encaminhamentos para reintegração familiar ou inclusão em programas sociais.

O secretário de Assistência Social de Ribeirão Pires, Leonardo Biazi, explica que os serviços para a população em situação de rua são oferecidos durante todo o ano, porém são intensificados nas baixas temperaturas. 

“Alguns se recusam a ir, especialmente aqueles que enfrentam vícios, como o alcoolismo, porque no abrigo não pode utilizar bebidas e drogas. Mas é arriscado no inverno, porque além dos riscos de segurança e integridade física por estarem na rua e no frio, essas pessoas que bebem têm a falsa sensação de estarem aquecidas, já que o álcool provoca uma vasodilatação. Porém, elas não estão protegidas e podem morrer de hipotermia”, alerta o gestor. 

Biazi reforça que, além do abrigamento, é oferecido atendimento psicológico. “Buscamos a família, quem não é daqui faz recâmbio e oferecemos o dinheiro da passagem. Trabalhamos em conjunto com as secretarias e toda a rede pública. Quem não quer ir (para o abrigo), damos cobertores para se aquecerem”, destaca. 

INOVAÇÃO SOCIAL

No início de julho, Rio Grande da Serra lançou um projeto pioneiro na região, onde transforma cobertores doados em casacos para pessoas em situação de rua. Até o momento, 12 itens foram doados e outras 10 unidades serão distribuídas na próxima semana. 

O projeto é liderado pela primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Letícia Monteiro Fonseca Auriani, e foi inspirado em iniciativas semelhantes realizadas em outras regiões do Brasil. 

Segundo a Prefeitura, o projeto integra o Profavi (Programa de Valorização da Vida), e nasceu a partir de uma constatação nas ruas: muitos moradores em situação de vulnerabilidade acabam abandonando os cobertores por dificuldade de transporte e falta de praticidade.

“Queríamos criar algo que fosse mais do que um agasalho. O casaco pode ser usado em qualquer momento, sem estigmas, é funcional, confortável e pensado para garantir proteção e dignidade”, diz Letícia.

As peças, confeccionadas com o apoio de costureiras parceiras e voluntárias, contam com capuz, bolsos e fechamento frontal, garantindo isolamento térmico e facilitando o uso no dia a dia.

As prefeituras orientam a população a acionar as equipes de abordagem quando baixarem as temperaturas. GCM (Guarda Civil Municipal) e Defesa Civil são alguns dos órgãos que podem ser acionados.

(Colaborou Tatiane Pamboukian)




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