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Santo André e Mauá registram 563 vezes mesma placa de motocicleta

Sistemas de monitoramento identificaram motos com os caracteres BRA49CC; Polícia Civil investiga venda on-line de ‘peças decorativas’

18/08/2025 | 21:08
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FOTO: Claudinei Plaza/DGABC
FOTO: Claudinei Plaza/DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


Os sistemas de monitoramento de duas cidades do Grande ABC flagraram 563 vezes a mesma placa de moto nos primeiros sete meses do ano. Com a numeração BRA 49CC, foram registradas 245 passagens em Santo André e 318 em Mauá – os demais municípios não contabilizaram ocorrências ou não possuem câmeras com leitura automática de placas.

Essas placas são popularmente utilizadas nas motocicletas até 50 cilindradas, conhecidas como cinquentinhas. O assunto veio à tona na última semana, quando a Prefeitura da Capital informou que foram identificadas 9.000 ocorrências de placas adulteradas na cidade com os caracteres BRA49CC. O município registrou, entre os meses de julho e agosto, 11 mil ocorrências no total. 

Investigação da Polícia Civil revela que as placas ‘decorativas’ podem ser compradas on-line por preços que variam entre R$ 20 e R$ 30, e a instalação é considerada ‘simples’, especialmente após o Ministério dos Transportes revogar, em 2022, a exigência de lacre metálico nas placas dos veículos. Esse lacre, que serve para fixar a placa, é um dispositivo de segurança que visa garantir a autenticidade e dificultar remoções ou trocas indevidas.

No início de junho, a Prefeitura da Capital enviou um ofício ao governo federal solicitando a volta do lacre nas placas de motos para evitar a prática de crimes. 

Nos sete primeiros meses do ano, cinco municípios do Grande ABC contabilizaram 1.207 ocorrências envolvendo placas clonadas, adulteradas ou obstruídas em veículos – as cidades contam com 1.557 câmeras. Ribeirão Pires, que não informou os dados. 

Rio Grande da Serra disse, por nota, que atualmente o município não dispõe de câmeras de monitoramento, mas que está em fase final de orçamento para a instalação de um sistema de monitoramento por câmeras. A previsão é que sejam instalados até o fim do ano 43 equipamentos nas principais vias da cidade. 

O dirigente do COI (Centro de Operações Integradas) de Santo André, Carlos Secco, explicou que a maioria dos registros dessa placa no município são referentes a motocicletas de até 50 cilindradas. As peças identificadas como BRA49CC já estão cadastradas no sistema de monitoramento da Prefeitura e caso seja identificada como falsa ou irregular, serão interceptadas por equipes da GCM (Guarda Civil Municipal). 

“As motinhas já vêm com essa placa, é uma espécie de placa decorativa ou fantasia, foge do padrão Mercosul. Apesar da baixa incidência, esse caso já está no nosso radar há algum tempo, então qualquer veículo com essa placa vai gerar um alerta e aí conseguimos identificar visualmente o modelo do moto. Nesse ano registramos algumas ocorrências de adulteração e clonagem com utilização dos caracteres BRA49CC. Outros registros podem estar associados a infração administrativa ou irregular”, explicou Secco. 


INVESTIGAÇÃO

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), por meio da Divecar (Divisão de Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas) , atua na apuração de um caso envolvendo a comercialização ilegal, pela internet, de placas veiculares anunciadas como peças decorativas, porém semelhantes aos originais. 

“As equipes realizam um mapeamento de sites e plataformas que oferecem esse tipo de produto, com o objetivo de identificar vendedores e possíveis compradores. Após a conclusão dessa fase inicial, será instaurado um procedimento investigatório a fim de responsabilizar os envolvidos e adotar as medidas legais cabíveis”, destacou a Pasta. 




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