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Na região, 256 alunos de medicina farão a prova obrigatória do MEC

Exame anual busca mensurar a qualidade dos cursos; ministério deverá aplicar penalidades a faculdades mal avaliadas

21/08/2025 | 09:32
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FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


 Em outubro, estudantes de medicina de todo o País vão realizar o Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica) - expectativa é que 42 mil participem da primeira edição. Criada em abril, a prova será aplicada anualmente e busca mensurar o desempenho dos formandos. No Grande ABC, 256 alunos vão realizar o exame, sendo 129 da FMABC (Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC) e 127 da USCS (Universidade Municipal de São Caetano). A Uninove, que possui campus em São Bernardo, não informou os dados. 

O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou na terça-feira (19) que os cursos de graduação de Medicina que forem mal avaliados no Enamed estarão sujeitos a penalidades a partir do próximo ano. De acordo com Santana, as universidades que registrarem conceitos baixos no exame, como um ou dois, em uma escala até cinco, vão passar por uma “supervisão estratégica”.

Entre as possíveis punições para as instituições estão impedimento da ampliação de vagas, suspensão de novos contratos do Fies (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e suspensão da participação no Prouni (Programa Universidade para Todos). Os cursos terão até 30 dias após a aplicação das medidas para apresentar defesa no MEC (Ministério da Educação).

A participação no Enamed é obrigatória para todos os estudantes concluintes dos cursos de Medicina e é componente curricular obrigatório estabelecido por lei. Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Grande ABC, José Roberto Cardoso Murisset, a prova pode significar significativo avanço para o futuro da profissão.

As instituições que receberem penalizações devido ao baixo desempenho deverão ampliar o investimento nos cursos e consequentemente melhorar a formação dos estudantes, conforme acredita o presidente. 

“É inegável que a qualidade no ensino caiu nos últimos anos, muito por conta do expressivo aumento da oferta de cursos nas faculdades. Algumas instituições não têm estruturas, corpo docente e equipamentos qualificados e isso compromete a formação dos estudantes”, diz Murisset. 

O presidente explica que a média de médicos formados por ano, em 2015, era de 15 mil no País. A previsão para 2025 é o triplo. “E muito desses alunos, infelizmente, possuem deficiências na formação e ingressam para o mercado. A nota do Enamed poderá ser utilizada para concorrer a vagas de residência médica pelo Enare (Exame Nacional de Residência Médica). Então, um bom desempenho na prova será essencial para o futuro profissional”, finaliza Murisset. 

A USCS e a FMABC disseram que enxergam a avaliação de maneira positiva tanto para o estudante quanto para as instituições. “É também necessária para o Estado, pois os resultados mostram onde é preciso interferir. Instituições de Ensino Superior têm uma responsabilidade social antes de qualquer coisa: formar profissionais competentes. O Estado fiscaliza isso e resultados em exames de larga escala apontam onde é necessário atuar”, reforçou a Universidade Municipal de São Caetano.

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