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Horta comunitária restaura área abandonada

24/08/2025 | 09:19
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FOTO: Denis Maciel/DGABC
FOTO: Denis Maciel/DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


De terreno abandonado a horta comunitária. Uma área localizada no bairro São José, em São Caetano, causava transtornos a moradores e comerciantes do entorno devido ao mato alto e à presença de animais como sapos, ratos e insetos. O Diário mostrou em fevereiro de 2022 os problemas na Rua Engenheiro Armando de Arruda Pereira, próximo à rotatória que liga a via às ruas Antônio da Fonseca Martins e Luiz Cláudio Capovilla Filho. 

No mesmo ano, a área se tornou ponto comunitário e espaço educativo, conhecido como Mudas São Caetano. Fundado em 2013, o projeto nasceu da iniciativa de um grupo de amigos, que decidiu transformar o espaço. “A gente começou com plantios urbanos em calçadas e praças, sempre com autorização, e tudo saía do nosso bolso, sem nenhum incentivo público ou privado”, conta Mario Bellon, 46 anos, idealizador do projeto e morador de São Caetano. 

Com o tempo, o grupo passou a germinar sementes nativas da Mata Atlântica e buscou no terreno um espaço para expandir o trabalho que antes era feito em casa. “Quando a gente entrou, o local estava abandonado. Coincidiu com a época em que saiu a reclamação no Diário. Roçamos o mato, tiramos praticamente um caminhão de lixo de lá e aos poucos a vizinhança começou a agradecer”, relembra o idealizador, técnico em meio ambiente.

A ideia inicial de Bellon era fazer um viveiro de mudas, porém, o projeto tomou proporções maiores e, hoje, o terreno de 3.900 metros quadrados possui um pomar, um meliponário (espaço dedicado às abelhas sem ferrão) e uma horta comunitária, sob os cuidados do vendedor Ronaldo Gibotti, 53, também morador da cidade. 

A horta, que oferece variedades como alface, rúcula, almeirão-limão, salsinha e cebolinha, atende cerca de 750 clientes por mês, sendo que cada pessoa adquire cerca de dois a três itens por visita. “Os preços acessíveis são o diferencial, enquanto em feiras ou mercados um maço de orgânicos pode custar entre R$ 9 e R$ 10, o Ronaldo vende por cerca de R$ 3,50”, reforça Bellon. 

O espaço pertence à Enel e só pôde ser utilizado após a concessão da companhia em 2022. “O contrato é de cinco anos e pretendemos renovar no próximo ano. Quando entramos, havia muito entulho e mato alto, mas desde a limpeza inicial não tivemos mais problemas. Pelo contrário, a área tem até uma nascente e a presença de sapos, que ajudam a controlar pragas”, explica Bellon.

Nesses quatro anos de projeto no terreno, o grupo já investiu cerca de R$ 15 mil em produtos e ferramentas, valor que inclui a reposição de materiais roubados, como placas de energia solar. De acordo com o vendedor Ronaldo Gibotti já foram registrados cinco boletins de ocorrência devido aos constantes casos de roubo no local.




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