Os advogados Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira foram presos na casa em que moravam, em um condomínio de luxo no município de São Carlos
Um casal de advogados foi preso nesta terça, 17, em São Carlos (SP), acusado de ser o mandante da morte de um casal de empresários a quem eles prestavam serviços havia cerca de dez anos. Segundo a polícia, os advogados planejavam ficar com o patrimônio dos clientes, que não têm filhos.
Os presos também são acusados de mentir para o casal, inventando gastos processuais inexistentes, que causaram prejuízo de aproximadamente R$ 15 milhões, conforme a Secretaria da Segurança Pública. O advogado do casal preso nega as acusações e diz que vai provar a inocência de seus clientes.
Os advogados Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira foram presos na casa em que moravam, em um condomínio de luxo no município de São Carlos, também no interior paulista.
Como foi
Segundo a Polícia Civil, eles foram os mandantes da morte dos empresários José Ometo Pavan e Rosana Ferrari, ocorrida em abril em São Pedro. Pavan, de 59 anos, era comerciante e sua mulher era dona de uma escola de educação infantil em Araraquara.
O casal foi encontrado morto na noite de 6 de abril, dentro de uma picape Fiat Toro usada por eles. O veículo estava abandonado na zona rural de São Pedro. Pavan estava dentro da cabine, com as mãos amarradas, e a mulher foi encontrada na caçamba, que estava fechada com uma lona de proteção.
De acordo com a Polícia Civil, em 2013 Pavan e Rosana lançaram um conjunto de flats em São Carlos e venderam parte das unidades ainda na planta. O projeto não se concretizou e algumas pessoas que haviam comprado unidades recorreram à Justiça, reclamando a devolução do dinheiro pago, além de indenização.
Nessa época, o casal contratou os advogados e constituiu uma holding, para a qual transferiu o patrimônio, que assim ficaria protegido de ordens judiciais para pagamento aos compradores dos flats. A holding foi registrada em nome do casal de advogados, segundo a polícia.
Os advogados, na sequência, teriam produzido falsos comprovantes de pagamento e até uma ação judicial falsa para convencer o casal a realizar os depósitos. Quando a apropriação dos bens foi concluída, a morte dos empresários teria sido encomendada.
O advogado de defesa de Hércules e Fernanda, Reginaldo Silveira, disse à emissora EPTV que se trata de um caso "curioso, tendo em vista que as provas são frágeis na indicação de homicídio". "Agora está iniciando a fase de tomada de depoimentos, mas vamos comprovar que realmente a única relação que havia era justamente a de advogado-cliente, nada mais que isso." A Ordem dos Advogados (OAB) acompanha o caso.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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