Vivemos um tempo em que o debate político tem sido capturado por extremos. A polarização, antes exceção, tornou-se regra. A crítica ao adversário substituiu o argumento. A fidelidade a narrativas ideológicas passou a valer mais do que resultados concretos. Em meio a esse ruído, uma pauta essencial tem sido negligenciada: a da gestão pública eficiente, transparente e centrada em resolver os problemas reais das pessoas. Este é o ponto de partida da série “Mais gestão, menos polarização”: reconectar a política com o que realmente importa. Não se trata de negar o valor do debate democrático – ele é essencial. Mas sim de resgatar o equilíbrio. De lembrar que governos existem para servir, não para dividir. De colocar a competência acima do conflito. De mostrar experiências exitosas de gestão que mudaram para melhor a vida da nossa gente!
O custo da polarização
polarização radicalizada tem efeitos profundos sobre a sociedade. Ao reduzir o outro a um inimigo, ela paralisa a cooperação institucional, corrói a confiança entre cidadãos e dificulta acordos que exigem maturidade política. O resultado é a ineficiência. Projetos importantes ficam travados. Recursos públicos são desperdiçados em disputas sem fim. E, sobretudo, perde-se tempo – o recurso mais precioso para quem precisa de respostas rápidas em áreas como saúde, educação, segurança e emprego. Não se trata de dizer que a política deve ser neutra. Toda decisão pública envolve escolhas, valores e visões de mundo. Mas há um abismo entre o embate saudável de ideias e o antagonismo permanente. A polarização tóxica contamina a máquina pública, interfere em decisões técnicas e afasta talentos da vida pública. É a política contra a gestão.
A força da boa gestão
A boa gestão, por sua vez, é silenciosa, mas poderosa. Ela não brilha nas manchetes, mas transforma a vida cotidiana. Ela não precisa gritar para mostrar resultado – basta entregar. Quando uma cidade melhora o transporte, avança na digitalização de serviços ou investe em educação infantil, o impacto é real, direto, mensurável. Não depende de ideologia, mas de planejamento, competência e compromisso com a população. Governar com foco na gestão é ter coragem de enfrentar burocracias, rever prioridades e buscar eficiência. É gastar bem, com responsabilidade. É medir impacto, corrigir rotas, ouvir a sociedade. E, acima de tudo, é entender que o que une é maior do que o que separa: todos queremos cidades mais seguras, escolas melhores, saúde de qualidade, empregos dignos.
Gestão como ponte
Mais gestão e menos polarização não significa negar as diferenças. Significa usar a gestão como ponte. Como território comum onde se pode dialogar, mesmo com visões distintas. Uma boa política pública pode ser fruto de um governo liberal, socialista ou conservador – desde que tenha sido bem planejada, bem executada e bem avaliada. É possível, por exemplo, construir parcerias público-privadas que modernizem a infraestrutura sem abrir mão de controle e transparência. Ou implementar políticas sociais que combatam desigualdades com responsabilidade fiscal. O que importa é o resultado: se melhora a vida das pessoas, é bom. Se não melhora, precisa ser revisto – independentemente de quem propôs.
O papel do cidadão
Essa mudança de eixo – da polarização para a gestão – também exige um novo papel do cidadão. Em vez de torcedor de partidos, precisamos de cidadãos mais exigentes com a qualidade da gestão. Mais atentos aos indicadores, aos dados, aos planos e metas. Cidadãos que não se contentam com discursos inflamados, mas cobram entregas concretas. A política de resultados não é fria nem desumana. Ao contrário, ela é profundamente comprometida com o bem comum. Ela valoriza o servidor público, respeita o dinheiro do contribuinte e coloca o interesse da população no centro das decisões. E, principalmente, ela pacifica – porque mostra que é possível avançar mesmo em meio às diferenças.
Um convite ao debate
Ao lançar esta série de artigos, o convite é claro: vamos pensar juntos um novo ciclo para a gestão pública brasileira. Um ciclo menos barulhento e mais efetivo. Menos marcado pela raiva, mais guiado pela razão. Um ciclo que valorize a política como instrumento de transformação, mas que coloque a boa gestão como sua principal ferramenta. “Mais gestão, menos polarização” não é apenas um lema. É uma agenda. É uma escolha. E, mais do que isso, é uma esperança – de que possamos construir juntos um futuro mais equilibrado, mais eficiente e mais justo.
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