Setecidades Titulo Cidadã honorária
Pela primeira vez, duas cidades concedem título a pessoa trans na região

A ativista Neon Cunha será homenageada nesta quarta (25) e quinta (26) nos municípios

Tatiane Pamboukian
25/06/2025 | 08:28
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FOTO: Arquivo/DGABC


A Câmara de Santo André concede nesta quarta-feira (25), às 19h, o primeiro título de cidadã honorária a uma pessoa trans no Grande ABC. A homenageada é a ativista Neon Cunha, 55 anos, que recebe, nesta quinta-feira (26), mais um título, por São Bernardo, às 18h, na Câmara do município. Os reconhecimentos acontecem em sessões solenes dedicadas à população LGBTQIA+. Os projetos de Decreto Legislativo foram propostos, à Câmara Municipal de Santo André, pelo vereador Clóvis Girardi (PT), e à Câmara Municipal de São Bernardo pela vereadora Ana Nice (PT).

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“São dois eventos acontecendo ao mesmo tempo, que é a sessão solene em homenagem à população LGBTQIA+, que não acontecia desde 2019, e vamos, no mesmo dia, entregar o título para a Neon Cunha, que vem contribuindo com a região, trazendo debates sobre essa população e o movimento negro e de classe. É um marco para nossa cidade a primeira pessoa trans recebendo esse título e tenho orgulho de fazer parte dessa construção”, afirma Clóvis Girardi. 

Em São Bernardo, essa será a primeira sessão solene em reconhecimento à população LGBTQIA+. “Estamos no mês do Orgulho LGBTQIA+ (dia 28 de junho é comemorado o Dia do Orgulho) e logo entraremos no mês de julho, que é considerado o mês da mulher negra, e a Neon Cunha é uma ativista de direitos humanos e símbolo de luta e emancipação da população LGBTQIA+, em especial na conquista legal da mudança do nome e do gênero nos documentos sem a necessidade de apresentar atestado médico. Neon foi pioneira no Brasil”, ressalta Ana Nice.

Neon Cunha, que é natural de Belo Horizonte (MG), mas cresceu e vive em São Bernardo, avalia que este é um movimento histórico, mas também uma reparação em um cenário com tantas ações contra a população LGBTQIA+. “Embora honrosa a homenagem, ser a primeira vez não deixa de ser uma denúncia de como tratam essa população. Em 43 anos como funcionária pública na Prefeitura de São Bernardo, nunca convivi com outra pessoa trans. Não há nenhuma legislação que promova essa população, que anseia por oportunidades”, destaca. 

(Colaborou Thaina Lana)




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