Mapeamento inédito traz 35 endereços, em 17 municípios, sobre religiões de matrizes africanas e indígenas
A Setur-SP (Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo) lançou nesta segunda-feira (30) um guia turístico dedicado às religiões de matrizes africanas e indígenas no Estado de São Paulo. Dois terreiros de candomblé de São Bernardo são destaque na publicação, que busca valorizar, reconhecer e dar visibilidade a espaços de resistência, fé e ancestralidade que enriquecem a diversidade cultural.
A partir de um mapeamento inédito de 35 casas, templos, institutos e centros culturais de religiões de matrizes africanas e indígenas, uma equipe técnica selecionou 17 municípios onde é possível reviver rituais, compreender saberes tradicionais e práticas de cuidado coletivo. No município são-bernardense foram selecionados os terreiros Ilê Alaketu Axé Airá, no bairro Batistini, e Ilê Olá Omi Asé Opo Àràkà, no Alvarenga, ambas as casas são reconhecidas como patrimônio imaterial, recebeu tombamento municipal e estadual. (Leia Mais sobre as casas abaixo)
Outros atrativos do guia são a primeira casa religiosa de matriz africana tombada pelo patrimônio histórico de Guarulhos: a Axé Ogodô; e um espaço que oferece formação musical voltada para a tradição da Umbanda: a Escola de Curimba de Ogun, na Capital. A publicação é uma parceria da Setur-SP com a Secretaria da Justiça e Cidadania, com apoio do Fórum Inter-religioso do Estado de São Paulo.
Estima-se que estima que o turismo religioso movimente cerca de 20 milhões de viagens por ano e R$ 15 bilhões, segundo o Ministério do Turismo. “Ao dar visibilidade a manifestações religiosas que fazem parte da nossa identidade e da nossa cultura, incluímos novos públicos ao turismo e valorizamos nosso patrimônio”, afirmou o secretário Roberto de Lucena, da Setur-SP. A Pasta já lançou os guias evangélicos, católico, judaico e halal, disponíveis aqui.
Para o secretário da Justiça e Cidadania, Fabio Prieto, o guia representa um passo importante no reconhecimento e na valorização da diversidade religiosa no Estado de São Paulo. “Ter um material que facilite o acesso a esses espaços sagrados é essencial para fortalecer o diálogo inter-religioso, enriquecer a experiência de visitantes e fiéis e ampliar o conhecimento sobre as tradições espirituais de origem oriental”, disse.
O Guia Turístico de Religiões de Matrizes Africanas e Indígenas está disponível aqui.
Ilê Olá Omi Asé Opo Àràkà
Endereço: Al.dos Pinheirais, 270 - Bairro Alvarenga
Fundado em 1976, o Ilê Olá Omi Asé Opo Àràkà pertence à nação Ketu e, desde 1996, está fixado em sua atual sede. Reconhecido como patrimônio imaterial, recebeu tombamento municipal e estadual.
Segundo o guia, a casa é conduzida pela Mãe Carmem de Oxum e pelo Babalorixá Karlito de Oxumarê, líderes espirituais que mantêm vivos os rituais e a ancestralidade dos Òrìxás. O terreiro é um espaço sagrado de formação, comunhão e preservação da tradição afro-brasileira, aberto à comunidade e comprometido com o fortalecimento da fé e da cultura de matriz africana.
Ilê Alaketu Axé Airá - Axé Batistini
Endereço: Rua Antonio Battistini, 260 - Batistini
O Ilê Alaketu Axé Airá, terreiro de candomblé fundado no início dos anos 1970 por Pai Pérsio de Xangô, é um importante espaço de preservação da cultura e da religião dos orixás no Brasil. Pai Pérsio foi iniciado em Salvador por Pai Nezinho e Mãe Simplícia, tornando-se posteriormente filho de Mãe Menininha do Gantois.
Conhecido como “Axé Batistini”, o terreiro é tombado como Patrimônio municipal e estadual, e se tornou referência em saberes afro-brasileiros e memória. Hoje, sob a liderança da Ialorixá Luizinha de Nanã, mantém um calendário anual de festas e dezenas de casas descendentes espalhadas pelo País.
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