Polícia abriu inquérito após criança relatar à família que auxiliar escolar teria mexido nas suas partes íntimas na Emei Fortunato Ricci
A Polícia Civil investiga um suposto estupro de vulnerável contra uma menina de 5 anos em São Caetano. Segundo a família, o crime teria acontecido em uma escola municipal da cidade, na última quarta-feira (27). O inquérito foi instaurado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) e a vítima realizou exame de corpo de delito.
Segundo a mãe, que pediu para não ser identificada, a criança saiu da Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Fortunato Ricci, no bairro Barcelona, e relatou ao irmão mais velho de 18 anos que estava sem calcinha. Questionada, a menina contou que o “Tio tinha apertado e passado a mão nas partes íntimas e que estava dolorida.”
A família acionou a escola e registrou o BO (Boletim de Ocorrência) na sequência. A responsável pela vítima explica que o suspeito trabalha na Emei como API (Auxiliar de Primeira Infância) e que ele teria desrespeitado uma normativa interna da Seeduc (Secretaria de Educação) do município. “O que o próprio secretário (Fabiano Augusto João) nos passou é que há na rede uma normativa que proíbe funcionários homens de trocarem as alunas. A diretora, inclusive, confirmou que não podia”, denuncia a mãe.
Essa teria sido a primeira vez que a criança relatou esse tipo de situação à família. “Eu e meu marido trabalhamos com jovens, então desde sempre orientamos nossa filha sobre educação sexual. Quem pode ou não encostar nela e quais ações um estranho pode ter com ela. Reforçamos muito a importância dela contar tudo para a família, então assim que saiu da escola ela compartilhou o que tinha acontecido”, diz a responsável.
Além dos relatos, a denunciante explica que a região íntima da criança apresentou vermelhidão no dia. “Na hora do abuso, ela disse que ele estava machucando e pediu para parar, porém, ele sorriu e continuou com o abuso”, descreve.
A Prefeitura de São Caetano disse, por nota, que o caso encontra-se em apuração simultânea nas esferas judicial e administrativa, ambas sob sigilo legal. Após a denúncia, o auxiliar escolar teria sido afastado das funções, porém a administração municipal não confirmou.
A pedido da família, a criança foi transferida para outra escola da rede municipal e passou por atendimento no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Infanto-Juvenil. Foi realizado acolhimento pela assistente social e a menina aguarda para iniciar o acompanhamento psicológico na unidade.
“Ela está aterrorizada, pede para o pai protegê-la. Ela não esquece o trauma, diz que está com medo dele. Nossa prioridade é cuidar do psicológico dela e dar todo suporte e acolhimento. Decidimos tornar o caso público para que isso não se repita com nenhuma outra criança, principalmente em um lugar que deveria proteger os alunos”, finaliza a mãe.
A família informou que participou nesta segunda-feira (1°) de reunião na vara da Infância e da Juventude na Promotoria de Justiça de São Caetano. “Eles disseram que vão solicitar a prisão dele e que abriram um inquérito extrajudicial para apurar a condução do caso por parte da Prefeitura”, relata a mãe. O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) não respondeu os questionamentos.
A administração municipal afirma que “foi comunicada a respeito da denúncia imediatamente após seu registro, adotando, desde então, todas as providências cabíveis. O responsável legal pelo (a) estudante foi orientado a formalizar boletim de ocorrência e, em seguida, foi atendido pela Corregedoria Setorial da Educação”, destaca o Paço.
A defesa do suspeito não foi localizada pela reportagem.
Preocupação
Outra mãe, que também não quis ser identificada, diz que está com receio de que sua filha de 6 anos, que possui síndrome de West (tipo raro e grave de epilepsia), tenha sido abusada pelo auxiliar escolar.
“Descobri que ele era a pessoa responsável por trocar as fraldas dela durante as aulas. Ela não fala e não tem como me contar o que acontece na escola. Já fui à Secretaria de Educação e também vou à polícia”, finaliza.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.