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Scania direciona produção de São Bernardo ao Exterior

Dificuldades no Brasil fazem empresa enviar veículos produzidos no País para outros mercados

30/08/2025 | 08:28
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FOTO: Divulgação Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra


Diante do impacto dos juros altos nas vendas de caminhões no Brasil, a Scania transferiu para a fábrica de São Bernardo as exportações a mercados no Oriente Médio e na Oceania. A ideia é preencher a capacidade no Brasil, onde as encomendas estão baixas, e desafogar as fábricas que estão com as carteiras de pedidos lotadas na Europa.

O rearranjo foi relatado pelo vice-presidente de Logística da Scania, Fabio Castello, na sede da empresa, em Södertälje, cidade a 30 quilômetros da capital Estocolmo. “A partir do momento que identificamos que teríamos capacidade ociosa em São Bernardo, mercados overseas começaram a ser transferidos ao Brasil, liberando capacidade na Europa. Estou falando de destinos como Dubai, Abu Dabi, Arábia Saudita, Austrália e Nova Zelândia”, comentou o executivo.

Ele revelou ainda que o Brasil deve fornecer componentes para a fábrica que a Scania está para inaugurar, ainda neste ano, em Rugao, na China.

JUROS ALTOS

O financiamento mais caro no Brasil e, agora, as tarifas aplicadas nos Estados Unidos fazem com que a direção da Scania olhe ao Brasil com preocupação neste momento. Apesar disso, há confiança numa reação das vendas no País, onde está uma de suas maiores operações no mundo e cuja produção é transportada na maioria das vezes sobre os veículos de carga.

O CEO da empresa, Christian Levin, citou os dois obstáculos que têm gerado bastante insegurança às transportadoras que compram os caminhões da marca. Conforme Levin, todos os clientes da Scania no Brasil estão preocupados com o aumento da taxa de juros. Para piorar, acrescentou, as decisões de investimento desses clientes estão em compasso de espera por conta das tarifas de 50% que o presidente dos EUA, Donald Trump, passou a cobrar de grande parte dos produtos brasileiros.

“Se você olha para a Argentina, o mercado está indo muito bem, após muitos anos de sofrimento. Mas ainda que muitos mercados da América Latina mostrem um desempenho positivo, o Brasil é muito grande para nós, e o que acontece no Brasil é de extrema importância. Então, estamos neste ano um pouquinho preocupados com o Brasil”, afirmou o executivo.




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